Já ouviu falar de Kundalini? Vamos juntos mergulhar na experiência de Gopi Krishina e saber como e onde ocorreu esse desenvolvimento e descoberta!
Gopi Krishna foi um buscador espiritual da Caxemira, na Índia, nascido em 1903, e escreveu relatos autobiográficos de suas experiências espirituais. Um famoso é “Kundalini: o Caminho para uma Consciência mais elevada”. Dois eventos inusitados o levaram à prática de yoga. Primeiro, seu pai renunciou ao mundo para levar uma vida religiosa, deixando sua mãe de 28 anos com a responsabilidade de criá-lo com suas duas irmãs.
Como resultado, sua mãe depositou
todas as suas esperanças de sucesso em seu único filho. Depois ele decepcionou
sua mãe ao falhar em uma prova que o impediu de frequentar a universidade.
Ele atribuiu esse fracasso à sua falta de disciplina mental, pois passara seu tempo no colégio buscando assuntos agradáveis e ignorando aqueles que seriam necessários para a prova. Sentiu grande vergonha por esse fracasso e resolveu, a partir de então, viver uma vida de simplicidade e austeridade. Ele restringiria seus desejos, reduziria suas necessidades e obteria domínio sobre si mesmo. No entanto, se rebelou contra a escolha de seu pai de deixar o mundo e, em vez disso, escolheu viver como chefe de família.
Também adotou uma rotina de meditação como parte de sua disciplina mental e praticou exercícios de concentração por vários anos. Apesar de sua orientação religiosa, ele não tinha um professor espiritual e não foi iniciado em nenhuma linhagem espiritual.
Depois de um período de anos, ele desenvolveu a capacidade de sentar-se por um período de muitas horas em concentração, sem nenhum desconforto.
A experiência com a Kundalini
O relato a seguir, que ocorreu em
1937, descreve sua primeira experiência com a Kundalini, que ocorreu enquanto
ele visualizava “um Lótus imaginário em plena floração, irradiando luz” no alto
da cabeça:
“De repente, com um estrondo como o de uma cachoeira, senti um fluxo de luz líquida entrando no meu cérebro através da medula espinhal. Totalmente despreparado para essa situação, fui completamente surpreendido; mas recuperando meu autocontrole, mantendo minha mente no ponto de concentração, a iluminação ficou mais e mais brilhante, o estrondo mais alto, e senti uma sensação de balanço e depois me senti deslizando para fora do meu corpo, totalmente envolto em um halo de luz. É impossível descrever a experiência com precisão. Senti o ponto de consciência que era eu mesmo se expandindo, sendo cercado por ondas de luz.
Ele foi então se tornando cada
vez maior, espalhando-se para fora enquanto o corpo, normalmente o objeto
imediato da percepção, parecia ter recuado para longe, até que eu me tornei
totalmente inconsciente dele.
Agora eu era todo consciência, sem nada que me ligasse ao corpo, sem nenhum sentimento ou sensação proveniente dos sentidos, imerso em um mar de luz ao mesmo tempo consciente e alerta a todos os lugares. Fiquei espalhado, por assim dizer, por todas as direções sem qualquer barreira ou obstrução da matéria. Eu não era mais eu mesmo, ou, para ser mais preciso, não mais como eu achava que era, um pequeno ponto de consciência confinado a um corpo.
Em vez disso eu era um vasto círculo de consciência no qual o corpo era apenas um ponto, banhado em luz e em um estado de exultação e felicidade impossível de descrever” (Krishna, Pandit Gopi, Kundalini: Path to Higher Consciousness. New Delhi: Orient Paperbacks, 1992, pps. 6-7; tradução do autor do artigo).
As dificuldades com a
Kundalini
Logo após a experiência inicial
acima, Gopi experimentou um “brilho luminoso” contínuo em volta da cabeça e
começou a ter uma variedade de problemas psicológicos e físicos. Às vezes, ele
pensava que estava ficando louco. Ele tentou entrar em contato com pessoas com
a reputação de saber algo sobre o sistema Kundalini de yoga, mas não encontrou
ninguém que pudesse ajudá-lo nesse período difícil. Algo que demonstra que são
realmente raros os que têm a kundalini realmente desperta, e os que passam por
essa iluminação nem sempre se mostram.
Ele adotou uma dieta muito
rigorosa que o ajudou a manter seu equilíbrio mental precário e, durante anos,
se recusou a fazer qualquer meditação (já que atribuiu todos os seus problemas
aos exercícios de concentração iogue que vinha fazendo).
Ele estava ciente de que uma mudança fundamental havia ocorrido nele depois de sua experiência com a Kundalini. Ele acreditava que essa experiência iniciou um processo no qual todo o seu sistema nervoso seria lentamente reorganizado e transformado pela energia da Kundalini. Energia esta que ele tinha despertado dentro de si. Ele concebeu essa energia como uma força inteligente sobre a qual ele tinha pouco controle quando ativada.
Gopi passou muito tempo
descrevendo o medo e a ansiedade que teve ao lidar com os eventos do dia a dia
após a experiência acima.
Ele também reconheceu a importância da devoção e do apoio de sua esposa, ajudando-o a manter sua sanidade durante a década seguinte ao seu primeiro encontro com a Kundalini. Essa parte do seu relato poderia ser descrita como um esforço heroico para lidar com algo próximo de um colapso nervoso. Ele foi obrigado a fazer uma jornada perigosa em regiões misteriosas da alma, e o considerou um processo muito difícil e prolongado.
Kundalini: Equilíbrio e superação.
Apenas depois de anos
fortalecendo-se espiritualmente, e com grande atenção às próprias
transformações biológicas, que Gopi conseguiu encontrar um equilíbrio e um
controle de sua energia. Inclusive passou a ter conhecimentos em línguas que
antes não conhecia. Mas para isso foram necessários grande aplicação e esforço,
o que é prova que não há caminhos fáceis quando se deseja a iluminação
espiritual.
Portanto, devemos ter sempre
atenção com relação aos que oferecem atalhos e se dizem especialistas em
energias como a Kundalini. Praticar algo relacionado à Kundalini significa ter
grande responsabilidade sobre si mesmo.
Gopi Krishna foi muito honesto ao
descrever as dificuldades e os perigos do despertar espiritual, e a intensa
pressão que ele pode exercer sobre o corpo físico. Ele não era um guru no
sentido clássico, com seus discípulos e seguidores. Ele foi mais um buscador
que mais tarde se tornou um professor documentando suas experiências com a
energia da Kundalini em vários livros, na esperança de ajudar outras pessoas a
lidarem com esse extraordinário fenômeno espiritual.
Gopi Krishna participou de conferências no Ocidente sobre Kundalini Yoga e morreu em 1984, deixando um grande legado.
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Gratidão, Paz e Luz
Namastê
Sou escritor e pesquisador nas áreas da religião, da literatura, do misticismo e da história.
Considero a espiritualidade a chave fundamental para o entendimento de nossas vidas, para encontrarmos o verdadeiro sentido de nossa existência, e todo meu trabalho é orientado nesse sentido.
Tenho livros publicados no Brasil e na Itália e sou formado em Letras pela USP e auricoloterapia pelo instituto EOMA, escola especializada em acupuntura e em outros ramos da medicina tradicional chinesa.
No campo da terapia e do aconselhamento, considero essenciais a empatia e o respeito ao livre-arbítrio alheio.
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Características gerais Localização: Acima da cabeça Função: Consciência universal ou pura consciência, elevação espiritual. Cor: violeta e branco Elemento: Metal Sentido: Empatia Cristais e pedras: quartzo hialino, ametista, diamante Mantra: Om Nota musical: Si Animal: Nenhum, até porque é um chakra que trabalha além das formas. O Sahasrara é o sétimo de nossos chakras, também
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Características do Chakra Frontal Localização: No centro da testa, entre as sobrancelhas. Função: Intuição, imaginação, previsão, visão espiritual. Cor: Roxo, violeta ou índigo Elemento: Luz Sentido: Sexto sentido Cristais e pedras: Ametista, fluorita, labradorita, lápis-lazúli, opala, sodalita, safira, zircão Mantra: Aum Nota musical: La Animal: A simbologia não fornece um animal representativo para este chakra.
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