Quem é Vovó Maria Conga
Para quem ainda não a conhece, a Vovó Maria Conga é uma das mais amadas e respeitadas Pretas Velhas na Umbanda.
A figura do Preto Velho na Umbanda é um símbolo magnífico, e a figura de Vovó Maria Conga representa o espírito de humildade, de serenidade e de paciência que devemos ter sempre em mente, principalmente para que possamos evoluir espiritualmente.
A presença de Vovó Maria Conga representa um alívio, um conforto para os nossos sofrimentos e uma lição de vida de quem, com seu cachimbo branco, a saia carijó e o terço de lágrimas de Nossa Senhora, senta-se em um toco de madeira no terreiro e conta-nos histórias de sua vida brasileira, nos ensinando que é uma dádiva podermos conviver com nossos próprios filhos.
Vovó Maria Conga tem a sabedoria dos Pretos Velhos e leva a força de Deus (Zambi) para quem deseja encontrar e aprender sobre a fé, sem ver a quem, sem julgar ninguém ou apontando pecados.
Assim como os outros Pretos Velhos, Vovó Maria Conga mostra que o amor de Deus, o respeito próprio, o respeito aos outros e a força de vontade de encarar o ciclo de reencarnação podem aliviar o sofrimento do karma e elevar o espírito para a luz divina.
Vovó Maria Conga faz com que as pessoas entendam e encarem os seus problemas sempre buscando por soluções e resoluções da melhor forma possível, mantendo-se dentro da Lei do Dharma e sua causa e efeito.
Vovó Maria Conga é capaz de aliviar o fardo espiritual de cada um, ajudando ainda a se fortalecer espiritualmente, com o principal objetivo de que estas pessoas consigam carregar, de maneira menos pesada, seus sofrimentos.
Conheça um pouco mais da história da Vovó Maria Conga
Conta a história que Maria Conga era uma escrava de uma fazenda de café na região Sudeste do Brasil, filha do Rei Congo, líder dos negros de seu quilombo, e de sua companheira, que também tinha o nome de Maria. O pai de Maria Conga era respeitado por todos aqueles que um dia foram escravos e integravam o quilombo.
A história ainda conta que desde pequena Maria Conga demonstrava a garra e a coragem de seu pai, justamente por se destacar sendo uma lutadora e salvadora de seus irmãos negros que foram escravizados.
Ao mesmo tempo, Maria Conga era doce e gentil como sua mãe, sendo muito respeitada por todos os negros.
Ela tinha uma sabedoria e uma força espiritual muito elevadas, através das quais ajudou seu pai na difícil jornada de levar a caridade aos negros sofredores.
Maria Conga era considerada uma grande benzedeira e também uma doutrinadora dos espíritos sem luz que perturbavam a mente e o corpo tanto de negros como de brancos na época.
Com os ensinamentos de seu pai Octacílio, o Rei Congo, e de sua mãe Maria, Maria Conga ficou muito conhecida pelas curas físicas, mentais e espirituais que efetuou em várias pessoas, tanto negras como brancas.
Maria Conga se abalou demais com a morte de sua mãe e ainda se preocupou que, em razão da dor da perda, seu pai não trabalharia mais com tanto afinco e determinação em prol da caridade para com os necessitados. No entanto isso não aconteceu e ele ainda a ajudou a elevar sua fé.
Depois de um tempo, Maria Conga se colocou a serviço de Zambi (Deus), de Oxalá e de todos os orixás e entidades de luz que invocava com devoção no momento em que fazia suas benzeduras e suas curas. E tudo isso mesmo com pouca idade.
Em um determinado momento, Maria Conga se viu sozinha, já que seu pai decidiu lutar pela libertação dos escravos, fugindo para tentar chegar ao Monte dos Perdidos.
Ainda na esperança de que seu pai pudesse retornar para buscá-la, Maria Conga chorava e pedia a proteção de Zambi durante as noites, e que lhe fosse mostrado um caminho a seguir.
Em uma noite, após chorar e invocar proteção, Maria Conga se viu diante de uma claridade vinda do céu e de um vulto de mulher que lhe falou com a voz de sua mãe, pedindo para que tivesse forças nos dias de dor e de lágrimas que ainda teria de enfrentar.
Também lhe pediu para que tivesse muita fé em Zambi, e que mantivesse a esperança, pois seu pai voltaria para resgatá-la.
Com o passar do tempo, a fama de Maria Conga foi crescendo entre os quilombos e as fazendas vizinhas, onde os senhores de engenho e os feitores tinham receio de que o seu pai viesse realizar o resgate, o que, na verdade, tentou algumas vezes, porém sem sucesso.
Foi então que o coronel da fazenda onde Maria Conga morava resolveu aprisioná-la, forçando seu pai a se entregar.
O coronel amarrou e açoitou Maria Conga, determinando que ela permaneceria no tronco até que seu pai trocasse de lugar com ela.
Recorrendo a Zambi, o pai de Maria Conga teve uma visão de sua responsabilidade para com todos os negros que habitavam o quilombo, podendo ir buscar sua filha, mas sem colocar em risco as vidas dos outros.
Praticamente ao mesmo tempo, Maria Conga teve uma visão de paz e uma luz protetora a envolveu, tirando as mágoas e as penas do seu martírio, deixando-a em paz, com uma expressão serena no olhar. Logo, as esperanças se renovaram.
O olhar simplesmente desarmou a mão do feitor, que não queria mais obedecer às ordens do coronel da fazenda. Contudo, temendo por sua própria segurança caso não castigasse Maria Conga, continuou a açoitá-la.
No entanto, toda vez que o fazia, sua mão travava e apenas batia de leve.
Nesse momento apareceu correndo a companheira do feitor para lhe avisar que a filha deles ardia em febre, tendo convulsões.
O feitor correu e pegou a menina já desfalecida e a levou até a senzala, onde ficavam os negros mais velhos e sábios.
Uma velha negra lhe disse que a única esperança de salvar sua filha da morte era Maria Conga, que estava acorrentada no tronco, vítima das chibatadas que ele lhe dera a mando do fazendeiro.
Então o feitor soltou Maria Conga lhe pedindo perdão e lhe implorando para salvar sua filha. No caminho, ela colheu ervas e flores e também a água limpa de um córrego.
Fez uma mistura com os ingredientes e entoou suas orações. Colocou o preparado no corpo da criança, que como por milagre se restabeleceu, reabrindo os olhos e sorrindo para o pai. Com a cura da filha, o feitor ficou eternamente grato a Maria Conga.
Aproveitando a oportunidade, o Rei Congo resgatou sua filha com a ajuda do feitor, que lhes deixou o caminho livre para a fuga em liberdade.
Junto a seu pai, Maria Conga lhe contou o que acontecera e pede abrigo ao feitor e sua família. O Rei Congo, agradecido, leva todos para o Quilombo do Congo, onde permaneceram por muitos anos.
Foi assim que Maria Conga se tornou muito conhecida, pelas suas caridades e curas, tornando-se a grande benzedeira do quilombo, onde desencarnou em uma noite bem estrelada e de Lua cheia.
Por toda a sua história, Vovó Maria Conga se tornou uma Entidade de Luz, podendo trabalhar nos terreiros de Umbanda, incorporando em médiuns preparados para dar consultas a pessoas necessitadas de sua ajuda.
Como Vovó Maria Conga trabalha
Vovó Maria Conga trabalha em função da caridade, auxiliando nas curas dos males físicos e psicológicos, libertando das obsessões, fazendo limpezas espirituais e ambientais.
Por sua força e bondade, Maria Conga ainda pode virar a linha para a Quimbanda, caso a pessoa a ser atendida assim o necessite, ou o local esteja muito carregado de entidades negativas.
Vovó Maria Conga está sempre em busca do bem, de fazer o bem, sempre pronta com orientações para a busca do melhor caminho a ser seguido por quem se sente perdido e desorientado.
Pode-se dizer que a Vovó Maria Conga é a senhora protetora dos fracos, a guerreira que lutou pela liberdade e que até hoje nos passa ensinamentos de como dominar nossos sentimentos de ódio, desesperança e tristeza.
Como fazer a Oração para Vovó Maria Conga
Sempre que precisar de ajuda, acenda uma vela Branca ou de 2 cores branca e preta. Pode acender a vela dentro de casa sem problemas!
Coloque uma xícara de café puro e fresco para a Vovó
Então faça uma oração pedindo o que necessita. Sua oração sempre é ouvida.
Oração Vovó Maria Conga
“Generosa e abençoada Vó Maria Conga,
peço a sua proteção e bendigo a sua presença
em todos os momentos.
Quero lhe pedir que venha em meu auxílio
juntamente com toda sua corrente bendita.
[Fazer seu pedido aqui]
Traga-me a benção de seus sábios conselhos.
Me dê a paz que traz no olhar.
Seque minhas lágrimas com sua ternura.
Livra-me de todos os perigos.
Livra-me das incertezas e da insegurança.
Vó Maria Conga
peço-lhe coragem nos momentos difíceis.
A você que sofreu tanto e suportou tudo
com humildade e perdão, peço força e luz.
Ajude-me nesse momento para que eu consiga:
(Fazer seu pedido aqui)
Que assim seja!
Que Oxalá nos ilumine sempre!”
Pode ser feita em forma de novena por 9 dias seguidos.
Salve a linha dos Pretos Velhos! Adorei as almas! Saravá Vovó Maria Conga.
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