Diabetes: uma doença muito comum
O diabetes é uma doença muito difundida.
No Brasil, são milhões os pacientes que receberam um diagnóstico. Mas estima-se que haja também uma grande parcela com diabetes não diagnosticado.
Fala-se dessa doença quando há excesso de glicose (açúcar) no sangue.
A hiperglicemia pode ser devida à produção insuficiente de insulina (hormônio que regula o nível de glicose no sangue) ou à sua ação inadequada.
Existem duas formas da doença: tipo 1 e tipo 2. O tipo 2 está fortemente ligado ao estilo de vida.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/), o diabetes será a quarta causa de morte na Europa em 2030. O que alarma os diabetologistas é justamente o estilo de vida incorreto, que desde a infância pode predispor ao aparecimento de diabetes tipo 2.
A cura do diabetes
Pacientes com o tipo 1 devem tomar insulina, enquanto que uma nutrição correta e atividade física regular são essenciais no tratamento do diabetes tipo 2.
Quando necessário, também será oferecida terapia com hipoglicemiantes orais, capazes de diminuir os níveis de glicose no sangue e de aumentar a quantidade de insulina produzida espontaneamente ou sua eficácia no organismo.
A estévia: um adoçante natural
Em termos de nutrição, uma grande ajuda vem da estévia, um adoçante natural sem calorias e glicose.
Esta planta pode ser introduzida na dieta do diabético porque a sua ingestão não provoca o aparecimento de picos glicêmicos, como é o caso da sacarose, o açúcar comum, em relação ao qual tem trezentas vezes mais poder adoçante.
Pode ser usada para adoçar bebidas, mas também para preparar sobremesas, pois não é alterada pelo calor.
Ela também é usada para adoçar muitos medicamentos ou suplementos.
Lembrando sempre que a dieta deve ser balanceada tanto para diabéticos quanto para não diabéticos; usar um adoçante pode tornar a bebida mais gostosa, mas a dieta deve ser adequada em termos de calorias e nutrientes.
As moléculas ativas
Já foram desvendados os superpoderes desta maravilhosa planta: seu segredo está nas moléculas ativas presentes na planta, que amplificam a percepção dos sabores e estimulam a produção de insulina no pâncreas, mantendo controlado o nível de açúcar no sangue.
A descoberta, publicada na Nature Communications (https://www.nature.com/articles/ncomms14733) pela Universidade Belga de Leuven, pode abrir caminho para uma nova geração de terapias para diabetes.
“Nossos experimentos mostram que as moléculas ativas presentes no extrato de estévia, o esteviosídeo e o esteviol, estimulam uma proteína, chamada TRPM5, que atua como um canal para a passagem de íons pela membrana celular”, explica o pesquisador Koenraad Philippaert.
“O canal é uma espécie de caminho microscópico através do qual passam minúsculas partículas carregadas, entrando e saindo da célula.”
A ação no sabor
O canal TRPM5 é o canal mais importante para a percepção dos sabores doce e amargo na língua e o esteviol, ao estimulá-lo, é capaz de amplificar essas sensações.
Isso explica o gosto extremamente doce desta planta, bem como seu sabor um pouco amargo.
A ação sobre a insulina
O canal iônico TRPM5 também desempenha um papel crucial na estimulação da produção de insulina no pâncreas, por exemplo, após uma refeição, mantendo o diabetes afastado.
“Se os ratos de laboratório comem uma dieta rica em gordura por muito tempo, eles acabam com o diabetes”, explica outro autor do estudo, Rudi Vennekens. “No entanto, o risco é reduzido se os ratos receberem uma dose diária de esteviosídeo, que protege contra o diabetes.”
Esse efeito benéfico não se manifesta em camundongos privados do canal TRPM5: isso significa que o efeito protetor se deve justamente à ação dos componentes da estévia no canal TRPM5 .
A longa corrida para novas terapias
Novas Terapias: O estudo pode, portanto, abrir novas perspectivas para o tratamento do diabetes, “mas não devemos chegar a conclusões precipitadas – adverte Philippaert – porque esta é uma pesquisa básica e o caminho para a terapia é muito longo.
Para começar, a dose de esteviosídeo que demos aos camundongos é muito mais alta do que a encontrada em refrigerantes e outros produtos para uso humano.
Então mais estudos são necessários para entender se os resultados obtidos em animais também são válidos para humanos: isso significa que novos tratamentos para diabetes não estarão disponíveis em breve.”
Ainda assim, é uma grande esperança para quem possui a doença. E uma alternativa válida como adoçante para não se recorrer ao açúcar e a outros adoçantes que possuem reputações mais controversas.
Como é a planta da estévia?
Ela é uma espécie do gênero Stevia, da família Asteraceae, e é originária daqui da América do Sul, na Serra de Amambai, região que se encontra entre o Brasil e o Paraguai.
É uma planta de hábito arbustivo que forma, com o tempo, múltiplos brotos e mede de 40 a 80 cm de altura. A raiz é filiforme, perene, fibrosa.
Pode-se usar a folha da estévia diretamente?
Claro que sim!
As folhas frescas desta planta podem ser moídas ou picadas e salpicadas em cima da comida.
Ou então ainda podem ser adicionadas durante o cozimento dos alimentos (dessa forma, o sabor doce é liberado).
É uma boa opção, por exemplo, para molhos agridoces, temperos de saladas e massas de biscoitos e pães.
Outros benefícios da estévia
Além de ajudar a controlar e reduzir os níveis de açúcar no sangue, sendo benéfica para pessoas diabéticas, esta é uma planta que pode favorecer a perda de peso, já que possui poucas calorias.
Na comparação com o açúcar, a diferença é grande.
Ela também contribui para diminuir a fome e regular o apetito, podendo ajudar pessoas obesas ou com sobrepeso.
Contraindicações da estévia
Devido às interações medicamentosas desta planta e a seus efeitos hipotensores, seu consumo não é recomendado para alguns pacientes.
Por esse motivo, em alguns países, esta é uma planta que só pode ser vendida mediante receita médica.
Por via das dúvidas, sempre consulte seu médico e seu nutricionista, que são profissionais que irão orientá-lo (a) da melhor forma e determinar a melhor maneira de você consumir o produto.
A princípio, é um adoçante seguro para a grande maioria das pessoas.
Mas como nossos organismos são únicos, como cada um de nós é um todo, é importante analisar bem sua situação em particular.
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