Runas: um oráculo envolto em história e mistério
Criadas por volta do ano 150 d.C, pela antiga população do norte da Europa, a runas são inscrições alfabéticas esculpidas à mão em ossos, metais e madeira. De origem germânica, a palavra “runa” significa “mistério”.
As runas constituíam o único alfabeto dos povos nórdicos e tinham distintas funções, como, por exemplo, serem utilizadas como oráculo através de jogos.
Eram também usadas como amuletos de proteção ou na escrita de poemas.
A mitologia das runas
Para os nórdicos, as runas foram um presente do deus Odin. Ele as teria obtido após nove dias e nove noites pendurado na árvore da vida, Yggdrasil (a Árvore da Vida nas antigas crenças nórdicas). Foi após esse tempo, que, segundo a lenda, o céu teria se aberto e as runas caíram em suas mãos.
Diz o texto do poema Hávamál:
Estive pendurado nove noites
na árvore açoitada pelos ventos,
por lança trespassado e dado a Odin
eu mesmo, a mim mesmo, naquela árvore
que nenhum homem sabe de onde brota.
Com pão não me abençoaram, nem com chifre.
Olhava para baixo; e então
as runas eu tomei vociferando.
De lá tombei de novo depois disso.
Odin era o deus máximo do panteão nórdico e aparecia de diversas formas, uma das quais era o andarilho de chapéu de abas largas.
A figura tradicional do mago, como o Gandalf do Senhor dos Anéis, e outras manifestações na cultura popular, está baseada nessa imagem do senhor das runas e supremo deus dos antigos povos que ficariam conhecidos como “vikings”.
Dentre as muitas figuras de divindades guerreiras da mitologia nórdica, Odin se destaca por ser Sigfodr (“pai da vitória”), pois decide nas batalhas quem vence, e Valfodr, (“pai dos caídos”), pelo fato que se tornam seus filhos adotivos todos aqueles que caem em batalha.
Com esses dois nomes, ele distribui vitória e morte no combate: o mestre das runas também é chamado de Gunnarr (“senhor da batalha”), Gollnir (“[aquele que] está no estrondo”), Tróttr (“forte”), Atridr (“[aquele que] cavalga na batalha “) e Frárídr (” [aquele que] cavalga para a frente “, pois Odin não perde tempo olhando para trás).
Com a expansão do cristianismo por volta do século VI, as runas foram associadas à bruxaria e o alfabeto latino passou a ser utilizado.
Lá pelo final do longo período que ficou conhecido como Idade Média, as runas seriam proibidas pela Inquisição, o que ainda se prolongaria por um bom tempo, até que retornaram e se popularizaram por meio das mãos de ciganos e astrólogos.
Classificação das runas
As runas, denominadas Futhark formam um conjunto com 24 peças divididas em três grupos de oito símbolos. As runas são sorteadas como um oráculo para realizar previsões. Algumas runas são lidas com significado diferente quando se apresentam invertidas.
Runas – Realizações físicas
O primeiro grupo de runas diz respeito às realizações físicas.
De acordo com informações da revista Mundo Estranho, ele é constituído pelas runas – algumas com duplo significado – na forma transcrita literalmente abaixo:
- Fehu (O gado): riquezas materiais, sucesso e vitória. Invertida: impasses e derrotas.
- Uruz (O touro bravo): sorte, crescimento, perseverança e progresso. Invertida: perdas e negativismo.
- Thurisaz (Os espinhos): proteção divina e entusiasmo. Invertida: decisões precipitadas, cautela.
- Ansuz (Palavras de Odin): sabedoria, inspiração e ouvir bons conselhos. Invertida: falta de comunicação, futilidade e esforço inútil.
- Raidho (A carruagem): viagem, progresso em direção às metas. Invertida: rompimentos, fracassos e caminhos desagradáveis.
- Kenaz (A tocha): renovação, novos começos e iluminação. Invertida: perda de prestígio social ou de posses, fim de ciclos.
- Gebo (O presente): união, equilíbrio e bons negócios. Invertida: não tem posição invertida.
- Wunjo (A alegria): bem-estar e evolução positiva. Invertida: infelicidade, crises e perdas.
Runas – Realizações emocionais
Já o segundo grupo refere-se às realizações emocionais, na forma transcrita literalmente abaixo:
- Hagalaz (O granizo): simboliza precauções, obstáculos e adiamento de planos. Invertida: não tem posição invertida.
- Naudhiz (A necessidade): limitações e cautela com planos. Invertida: autocontrole e serenidade.
- Isa (O gelo): concentração, paciência e equilíbrio. Invertida: não tem posição invertida.
- Jera (A colheita do ano): recompensas, alegria e satisfação. Invertida: não tem posição invertida.
- Eihwaz (O teixo): proteção, final de um ciclo e recomeço. Invertida: não tem posição invertida.
- Perdhro (Algo oculto): ganhos inesperados, conhecimentos ocultos e espirituais. Invertida: desapontamentos, atrasos e traições.
- Sowelo (O Sol): autoconhecimento, regeneração, sucesso e vitória. Invertida: não tem posição invertida.
- Algiz (A proteção do alce): viagem, novos caminhos, alegria e progresso. Invertida: inquietação, vulnerabilidade e perigos.
Runas – Realizações Espirituais
Por fim, o terceiro grupo refere-se às realizações espirituais, na forma transcrita literalmente abaixo:
- Tiwaz (O deus Tyr): simboliza vitórias, honra e justiça. Invertida: problemas espirituais e desperdício de energia vital.
- Berkana (O vidoeiro): renovação. Invertida: confusão, descrença, rompimentos e carências.
- Ehwaz (O cavalo): mudanças, progresso e lealdade. Invertida: confiar e evitar agir.
- Mannaz (O homem): integridade, fé e clareza espiritual. Invertida: falta de fé, bloqueios e inimigos ocultos.
- Laguz (A água): intuição e poderes psíquicos. Invertida: pensamentos confusos, enganos e fracassos.
- Inguz (A fertilidade): realizações, nascimentos, amor e sexualidade. Invertida: não tem posição invertida.
- Dagaz (O dia): prosperidade, transformações positivas. Invertida: não tem posição invertida.
- Othila (A herança): sabedoria ancestral, domínio, notícias distantes. Invertida: falta de clareza e certeza.
Como jogar as runas
Se você possuir runas físicas, embaralhe-as, divididas por grupo, em uma sacola. Reflita sobre qual ponto da sua vida você quer receber uma orientação.
Retire aleatoriamente – sempre no sentido vertical – três runas, uma por vez.
Organize-as da direita para a esquerda, por ordem de retirada, com a face voltada para baixo.
Revele, uma por uma, a partir da direita.
A primeira runa dará pistas sobre o seu passado/situação atual.
A segunda vai indicar um caminho a ser seguido no presente para solucionar a sua questão.
E a última runa dará indícios sobre o que o futuro lhe reserva se você seguir o caminho sugerido pela segunda runa.
Conclusão
As runas ajudam a identificar caminhos para sua vida, mas o ideal é sempre contar com profissionais experientes.
Se você tem dúvidas sobre sua vida amorosa, trabalho ou saúde entre em contato com nossos consultores para obter respostas mais assertivas.
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