O ego é o sentido da identidade, a percepção de que somos alguém, uma ilusão que pode nos afastar de nosso verdadeiro eu e nos fazer sentir separados de nossa verdadeira essência, de Deus, da consciência, de tudo o que existe.
O ilusório senso de identidade que chamamos de “ego” existe para nos ajudar a entender que não somos isso, mas algo maior, o que chamamos de Alma ou Eu Superior ou centelha de Deus.
O que é o ego?

O ego é um mecanismo da mente que nos leva a nos identificarmos com ele.
É a consciência que se individualizou e nos faz acreditar que somos algo separado de tudo o que mais existe.
O ego na verdade surge da visão dual da realidade, devido a uma consciência que ainda não está unificada. Ele pode ser a causa de muitos problemas. Mas veremos que não é tão ruim assim.
Vamos passo a passo!
O ego como separação
O ego é o que nos separa de nós mesmos, do que realmente somos, é um “companheiro imaginário” que tentará nos controlar, assumindo o controle da nossa vida, até que possamos reconhecê-lo.
É uma entidade energética que se alimenta às nossas custas.
Se deixarmos ele no absoluto controle, nos tornamos seu alimento, sua energia. Como diz Eckhart Tolle é o corpo de dor que pode assumir a forma de todas as emoções negativas e situações dolorosas em nossa vida.
O ego quer sobreviver e consegue nos identificar com ele, de modo que vive através de nós. O próprio medo de enfrentá-lo o alimenta e o torna mais forte, privando-nos de energia e impedindo-nos de evoluir na consciência.
Existem vários “níveis”, especialmente durante a jornada de busca e crescimento interior, pode acontecer de se cair na armadilha do ego espiritual. Vamos ver isso de perto.
O ego espiritual

Você abriu seus chakras, leu todos os livros sobre crescimento espiritual, você faz ioga, reiki e se tornou vegetariano? Em suma, você se sente iluminado ou espiritualmente mais elevado e vê alguma diferença entre você e seus outros amigos que ainda estão presos na fogueira?
Se sim, saiba que o tomou como refém! Mesmo que esteja disfarçado de ego espiritual. Nada muda, de fato! Entre os vários níveis, o espiritual é certamente o mais sutil e o mais traiçoeiro.
É muito fácil cair nele durante o caminho de evolução interior de alguém, mas se você olhar de perto, mesmo neste caso, o ego está lá para ser reconhecido e transcendido.
Na verdade, não estou dizendo que haja algo de errado em buscar a felicidade, praticar disciplinas holísticas, querer estudar a lei da atração ou desenvolver a consciência, o importante é sempre zelar pelo que acontece dentro de nós.
Quando você está cheio de si (e da sua espiritualidade), não há espaço para Deus e nossa Alma é mais uma vez esmagada pela mente, mesmo que com ideias “espirituais”.
Os mestres, santos e todos os grandes líderes e místicos relevantes das diferentes tradições superaram essa etapa pois nunca glorificam a si mesmos, somente a Deus ou ao que julgam que está além deles, de seu ego, de sua personalidade.
Para que serve o ego?
O erro mais comum é lutar contra, que, em vez disso, precisamos entender e associar à nossa consciência.
Se lutarmos contra o ego, apenas o alimentamos, criando um conflito interno inútil; em vez disso, devemos aprender a transcendê-lo, tentando sair do jogo dual usual “certo / errado”.
Citando as palavras de Osho: “O real só pode ser conhecido por meio do falso, então é necessário. Você tem que passar por isso.”
É na verdade não é bom nem mau, ele existe apenas para nos permitir entender quem realmente somos. De alguma forma, serve à nossa evolução.
Portanto, é melhor apenas observar, aceitar e deixar ir.
Uma risada é o suficiente para destruir o ego, come ensina a tradição do zen!
Se quiser intimidar o demônio, ria dele, e ele irá se encolher, pois se leva muito a sério.
Em outras palavras, para dissolver, é necessário desenvolver uma maior consciência de si mesmo. A luz da consciência dissolve o ego.
Para sair dessa ilusão, antes de mais nada, é necessário reconhecê-lo: quando o observamos, podemos ver que não somos o nosso ego e assim começamos trazer de volta a visão da alma, no nosso centro, reentrando com nosso Eu superior.
Quando estamos identificados com a alma, nossas ações não serão mais ditadas pelo ego, mas por nosso verdadeiro eu. Então não haverá mais máscaras, apenas amor. Seremos verdadeiramente nós mesmos, em comunhão com Deus.
Reencontrar-se com a própria alma

Quando percebermos que o ego é a causa de todo o nosso sofrimento, retornaremos à vida “real”. A morte do ego fará a vida florescer em nós e o que realmente somos surgirá.
Então estaremos cientes de que somos Alma e quando nos identificarmos com ela seremos consciência pura. Então sairemos da visão dupla que nos vê separados de Deus e seremos um com ele.
Neste espaço do centro da Alma já não existe dualidade e podemos viver em nós mesmos, somos consciência pura. Para usar as palavras do Mestre, poderíamos dizer que: “Deus vive em nós”.
Não existe mais um “eu”, mas apenas consciência. Não existe mais “ego”, existe apenas o Ser.
Lembre-se de que o ego busca para não encontrar. O ego não quer encontrar nenhuma resposta, nenhuma solução, nenhuma forma de despertar da consciência, porque isso significaria o seu fim.
Esforce-se para obter uma visão clara. Compreensão e consciência geram liberação.
Mas distinga o que vem da mente do que vem da Alma e da consciência divina.
Enquanto estivermos identificados com a mente (e com o ego), estaremos separados de Deus.
Somente através da visão elevada da Alma seremos capazes de ver, sem mais julgamento, sem mais dualidade.
E como chegar a isso? Meditação, busca, oração e também “graça”, ou seja, Deus, a Fonte, o espiritual superior, como você preferir chamar, precisa te conceder a “graça” de ter acesso a Ele.
E quanto a isso, é um dos mistérios da espiritualidade, e leva tempo e dedicação. De todo modo, se você começou, o importante é seguir no caminho!