Palavras-chave:
* Corpos sutis
* Espiritualismo
* Teosofia
* Yoga
* Budismo
O corpo búdico
Quase nada pode ser dito sobre a
estrutura vibracional de um corpo assim tão elevado. Esse corpo está tão
distante de nossos níveis físicos e de nossos meios de expressão que não há
como descrevê-lo da melhor forma com palavras.
É possível dizer que o corpo búdico é o perispírito no significado original do termo: constitui a primeira estrutura vibracional que, ao envolver o espírito, o manifesta de forma ativa.
Pode interagir com a nossa
realidade nos níveis mais sutis. E podemos então buscá-lo com a intenção de
curar problemas que afetam os demais corpos.
Estando este corpo fora do tempo (assim como o causal), ele é uma dimensão superior das criaturas. Existem técnicas de meditação muito avançadas para alcançá-lo e, a partir daí, investigar o passado de muitas vidas diferentes.
Podemos assim investigar
situações anormais, existências muito dolorosas, instaladas no tempo, nas camadas
muito tênues de um passado oculto. Podemos rastrear problemas que se manifestam
hoje mas que pertencem a um passado remoto, quando não muito remoto.
São camadas muito sutis, digamos, mas não inativas.
Levando em consideração a lei cósmica que tem sua explicação mais simples na frase “e seu pecado chegará até você (Livro Números da Bíblia, versículos 32-23), chegamos ao ponto em que mesmo erros e desvios das vidas mais distantes afetam seu presente.
Pode-se ter acesso a elas através
do corpo causal, mas as impressões mais sutis são melhor percebidas através do
acesso ao corpo búdico, que é ainda mais sutil.
Certos sofrimentos antigos fazem
com que a pessoa não consiga encontrar paz, e não entende o porquê disso, tento
tentado diferentes formas de terapia e/ou práticas de meditação.
O indivíduo sofre muito, passa a se considerar um sofredor sem saída; uma sensação que, como sinal, indica o profundo enraizamento do mal na Consciência. Temos aqui algo que já atingiu o ser em várias ou inúmeras existências.
É um sofrimento tão profundo que se atenua ou se resolve apenas através da dissolução dos focos desarmônicos.
E essa resolução pode ser
alcançada somente de duas maneiras: uma é a elevação espiritual, despertada por
uma experiência de amor e pela prática do bem para com os semelhantes; a outra
é a aplicação de uma técnica específica, com a projeção de energias manipuladas
por operadores treinados.
Infelizmente são raros os que
conseguem ter acesso ao corpo búdico, mas não se deve com isso desanimar. Há
sempre a opção de se seguir um caminho de elevação plenamente sincero.
Muito importante para isso que se cultive um desapego sempre maior em relação aos frutos das ações.
O corpo búdico na Teosofia e nas
filosofias orientais
No sânscrito, a raiz “budh” é às
vezes é traduzida como “iluminar”, ou “esclarecer”.
Outras possíveis traduções são
“perceber” e “despertar”.
Em sânscrito, o corpo búdico é às
vezes chamado de “Anandamaya-kos”, “a bainha da bem-aventurança”.
Em tradições orientais, pode ser
descrito como o mais íntimo e profundo dos cinco invólucros que envolvem o Eu
ou Essência (o Atman). Nesta o concepção, pode-se dizer que Buddhi, o corpo
búdico, é o veículo para o Atman, para a Essência, enquanto o Manas Superior ou
corpo causal é o veículo de Buddhi.
Uma divisão comum elaborada por
escritores teosóficos, que falam sobre os princípios sutis que compõem o
indivíduo humano, é a seguinte:
Atman (corpo átmico), Buddhi (corpo búdico), Manas Superior (corpo causal) Manas Inferior (corpo mental), Astral, Etérico e Físico
Assim, pode-se dizer que o corpo búdico em termos de vibração está próximo do corpo átmico e do corpo causal. Está entre os dois.
É essencial, no entanto, ter em
mente que todos esses aspectos são coexistentes. Não estão dispostos em algum
tipo de formação hierárquica semelhante a uma escada. Mas nos expressamos dessa
forma porque a mente precisa de esquemas e “tabelas” para conseguir entender
melhor a estrutura de realidades incrivelmente complexas.
A Essência Superior é o Atman, que é o raio inseparável do Universal e o EU SOU. É o Deus acima, mais do que dentro de nós. Feliz o homem que consegue preencher seu interior com essa vibração!
O Eu Divino Espiritual, a divindade em nós, perfeitamente iluminada, acima dos conflitos de todas as vidas e por isso podendo ter acesso a elas, é o Buddhi. Que é um corpo que está em estreita união com Manas, o princípio da mente, sem o qual não existe o ego, não existe personalidade, mas apenas o Veículo Átmico.
O corpo búdico podemos dizer que
supervisiona o corpo causal. Nele estão os registros de todas as vidas, assim
como no causal. Com a diferença que ele não faz parte do eu reencarnante, ele
não entra nunca no que os indianos chamam de Roda do Samsara. A Roda da qual o
Buda saiu quando se iluminou.
Por isso também é chamado de corpo búdico. Por estar já ser uma Luz eterna que existe sempre dentro do ser humano, mas que só pode ser acessada quando ele desperta para ela.
Corpo búdico: O plano búdico
O plano búdico já foi descrito
como o reino da bem-aventurança ou, de outra forma, como o reino da intuição.
A capacidade de funcionar na
consciência no nível búdico é um atributo muito procurado pelos aspirantes no
Caminho Espiritual.
Para que esse objetivo seja sempre lembrado, muitos Swamis (praticantes avançados e mestres de yoga) dão a si mesmos (ou recebem) nomes que terminam na palavra sânscrita ananda, que significa “felicidade” ou bem-aventurança.
O plano búdico foi descrito como
o lugar onde a dualidade entre o homem e a Divindade ainda prevalece, mas não
há separação, até porque é percebida a Divindade interior do homem.
Este conceito é de grande
importância. No nível físico de funcionamento, todas as coisas parecem separadas
uma da outra. Uma pessoa olha para uma árvore ou outro ser humano como algo que
é outra coisa.
Já os indivíduos espiritualmente
iluminados às vezes afirmam ter passado para além dessa maneira de enxergar o
mundo. Eles veem a existência como uma unidade. Só que essa existência ainda
não é Deus ou a Divindade como ocorre no plano átmico. Ela “só” está preenchida
pela presença Dele.
Pode-se dizer que os mestres que falam a respeito dessa unidade na dualidade estão conscientes do plano búdico. Ou, para sermos ainda mais precisos, eles abriram uma comunicação direta entre sua mente e o plano búdico.
Corpo búdico: Como se chegar ao plano búdico?
Pode-se chegar ao plano búdico por práticas espirituais muito profundas, que levem a uma iluminação parcial ou definitiva da consciência. Quando parcial, o indivíduo ainda não se torna um mestre. Quando definitiva, ele passa a ser um mestre, um Adepto, um homem santo.
É preciso que o ego seja
enfraquecido pelo hábito da mente, pelo estilo de vida do indivíduo. A
meditação regular leva a uma melhor comunicação entre Buddhi e a mente. Assim,
pouco a pouco, começa-se a perceber o corpo budico, que é o que tem acesso ao
plano búdico da existência.
Do ponto de vista humano, o plano búdico é o reino da harmonia e do amor idealista. É desse reino que emergem todas as motivações mais elevadas que inspiram a humanidade. Neste plano estão as matrizes das grandes obras de arte em pinturas, música, literatura e arquitetura.
Nele há benevolência, idealismo e
todas as motivações que servem para elevar a humanidade para além de seus
vícios brutais.
Annie Besant resumiu bem a dificuldade extraordinária que encontramos à nossa frente quando se faz um esforço para descrever os reinos e as funções de Buddhi:
“Nenhuma palavra minha pode valer a pena para explicar ou descrever o que está além da explicação e além da descrição. As palavras podem apenas errar sobre este tema, diminuindo e distorcendo. Somente com meditação longa e paciente o aluno pode esperar vagamente sentir algo maior do que ele, mas que é ao mesmo tempo algo que se agita no âmago do seu ser. (Os Sete Princípios do Homem, 1950, p. 77).
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