A homeopatia é um método de tratamento baseado na lei dos semelhantes. Envolve o uso de um remédio (chamado remédio homeopático) que produz no sujeito saudável os mesmos sintomas da doença que é tratada.
Portanto, o remédio é semelhante à doença na expressão dos sintomas que produz, mas de uma espécie ou origem diferente. Ou seja, não é derivado ou composto do mesmo agente causador da doença.
Outro esclarecimento diz respeito aos vários tipos de homeopatia em uso, já que a partir da homeopatia inicial, original, se formaram diferentes escolas e atitudes terapêuticas igualmente diferentes.
As escolas da homeopatia
A Homeopatia Unicista é a que mais segue o rigor hahnemanniano, pois prevê a prescrição de apenas um remédio por vez (um indivíduo pode necessitar de remédios diferentes ao longo da vida), que é prescrito de acordo com os fundamentos do “Organon da Arte de Curar”, da autoria de Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o criador da homeopatia.
A Homeopatia Pluralista envolve o uso de vários remédios ao mesmo tempo e, em particular, no que se denomina Homeopatia Complexista (ou Clínica), é comum o uso de compostos ou complexos.
Ou seja, de preparações que contenham, já na mesma formulação, substâncias diferentes. Trata-se de uma abordagem mais sintomática que tenta neutralizar o sintoma e não a doença, permanecendo em uma esfera de ação certamente mais superficial, tanto no indivíduo quanto no seu sofrimento.
O princípio da semelhança na homeopatia
Hahnemann chegou à formulação deste princípio substancialmente de duas maneiras:
1 – Pela experimentação (primeiro com casca de cinchona e depois de outros remédios).
2 – Pela observação das leis da Natureza, analisando o que acontece quando no mesmo sujeito se encontram duas doenças que apresentam sintomas completamente diferentes (doenças diferentes ou dessemelhantes) ou doenças com sintomas comuns (doenças semelhantes ou similares).
O relato de suas observações, extraído de um grande número de exemplos clínicos que ele próprio ou seus contemporâneos tiveram a oportunidade de observar no curso de sua atividade médica, é relatado nos parágrafos 34-42 e 43-51 do Organon e atende pelo nome de “Estudo de doenças semelhantes e dessemelhantes”.
Em uma análise posterior, Hahnemann explica o que acontece quando, no curso natural da doença ou na sobreposição de duas doenças, o médico intervém com medicamentos alopáticos.
As doenças dessemelhantes
No estudo de doenças dessemelhantes, Hahnemann examina doenças completamente diferentes, que não têm sintomas em comum.
Os exemplos a que se refere são retirados da situação epidemiológica da época, em que eram muito mais frequentes as doenças infecciosas, hoje menos presentes, mas podemos atualizar o mesmo conceito com exemplos mais próximos da nossa experiência.
Primeiro caso: É o caso de uma doença nova de baixa intensidade que se sobrepõe, no mesmo sujeito, a uma doença preexistente e mais forte quanto à intensidade.
Hahnemann dá o exemplo de uma leve disenteria outonal em um paciente com tuberculose.
Resultado: a nova doença não tem forças para se manifestar e o indivíduo continua apresentando os sintomas da antiga doença. Podemos considerar também o caso de uma forma leve de gripe que atinge uma pessoa já fortemente comprometida pelo combate a uma doença crônica da qual sofre, como o diabetes.
Durante uma epidemia de gripe, portanto, alguns indivíduos não ficam não porque são mais robustos imunologicamente, mas apenas porque já estão doentes com uma forma de doença crônica mais forte.
Segundo caso: É o caso oposto ao anterior, em que uma nova doença aguda e forte se sobrepõe no mesmo sujeito a uma doença já existente e mais fraca.
Resultado: neste caso, será a doença nova e aguda que se manifestará pela suspensão dos sintomas da velha doença, que então voltará, mais ou menos modificada em sua expressão, quando a nova doença mais forte tiver concluído seu curso.
Hahnemann dá como exemplo o caso de crianças com epilepsia em que aparece uma micose (doença infecciosa da pele); nesses casos, os ataques epilépticos desaparecem enquanto a erupção está presente, mas assim que desaparece, a epilepsia volta antes da infecção.
Terceiro caso: Uma doença crônica antiga se sobrepõe a outra doença crônica de igual intensidade.
Resultado: Surge uma doença complexa em que cada doença adquire um espaço próprio dentro do organismo.
As doenças semelhantes
Quando duas doenças semelhantes são encontradas na Natureza, diz Hahnemann, elas nunca se rejeitam, como no primeiro caso das doenças diferentes.
Também nunca se suspendem como no segundo caso.
E nunca vivem juntas no mesmo sujeito como no caso III
O exemplo muito ilustrativo que ele relata diz respeito a casos de sarampo com tosse.
A tosse não é uma ocorrência comum na história do sarampo.
Estes casos eram curados se essas crianças quando estavas crianças estavam infectadas e adoeciam com coqueluche.
É evidente que as duas doenças se assemelham por um sintoma que têm em comum, a tosse, e isso foi o suficiente para permitir que a doença mais forte, no caso a coqueluche, não só suspendesse, mas chegasse a curar o sarampo.
Terminado o período de tosse convulsa, as crianças já não apresentavam sintomas de tosse convulsa, nem de sarampo.
Outro exemplo pode ser o caso de uma criança com dermatite que adoece com sarampo ou catapora, que é outra doença com sintomas de pele mais fortes do que a doença de base. Nesta situação, depois do sarampo ou da catapora, a dermatite não aparece mais.
Como o remédio homeopático é preparado?
O remédio homeopático tem duas características:
1 – A diluição ou atenuação energética;
2 – A sucussão ou dinamização
Ambas as etapas, e não apenas uma delas, dão ao remédio o que é chamado de potência homeopática, ou seja, sua capacidade energética.
O uso da diluição tem uma razão histórica precisa: muitas das substâncias inicialmente testadas eram derivadas de compostos altamente tóxicos e não podiam ser usadas como tal nos testes e experiência. Foi então que Hahnemann começou a testar seu efeito com doses muito pequenas, ou seja, muito diluídas, administradas repetidamente no teste até o aparecimento dos sintomas.
No decorrer dessas experiências iniciais, ele relatou que observou que se um paciente precisava de um remédio, ou se havia uma correspondência entre o quadro de sua doença e os sintomas induzidos por aquele remédio no experimento, ele tendia a ser muito sensível ao próprio remédio.
Portanto, podiam ser usadas dosagens muito mais baixas, isto é, remédios diluídos com pequenas quantidades da substância.
Percebeu-se que não era preciso usar a dose grande para obter uma boa resposta em um sujeito saudável.
Mesmo a sucussão ou agitação da solução surgiu de uma razão puramente prática: tornar a própria solução homogênea.
Só mais tarde foi constatado que esse procedimento era necessário para aumentar o efeito das substâncias diluídas.
As técnicas de preparação dos remédios homeopáticos são hoje codificadas detalhadamente nas diversas farmacopeias, das quais as mais importantes são a alemã e a francesa.
As matérias-primas vêm dos três reinos da Natureza e são extraídas por solubilização em água e álcool.
No caso de materiais insolúveis, eles são primeiro triturados e pulverizados com lactose (que atua como um substrato inerte) e depois levados para uma solução hidroalcoólica. As soluções iniciais são chamadas de tinturas mães (T.M.).
A partir destas, se avança para as diluições seguintes. As escalas de diluição são:
1 – A escala decimal (1:10)
2 – a escala centesimal (1: 100)
3 – a escala 1: 50.000
A homeopatia funciona?
Há muitas discussões tanto na comunidade científica como no meio esotérico e espiritualista.
No entanto, tudo indica que a homeopatia sim, funciona.
Há diversos resultados e evidências, com curas que apontam nessa direção.
Portanto, se encontrar um bom homeopata, com boa formação e boas referências, pode ter certeza que pode confiar nele!
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