Exus: quem são essas entidades?
Dependendo da vertente em que o Exu trabalha, ele pode ser apenas um guardião do terreiro, ou pode ser um orixá, ou ainda uma entidade de Umbanda que dá atendimento.
Mas falando apenas de Exu sem levar em conta as vertentes, Exu é o orixá da Umbanda que trabalha do lado esquerdo, e isto não quer dizer que ele seja do mal.
Precisamos apenas de um equilíbrio entre os lados, direito e esquerdo.
Exu não é o Demônio, como alguns acreditam ser. Não tem chifre ou rabo. Isto foi instituído pela Igreja Católica e por alguns umbandistas desinformados, que criaram as imagens que vemos hoje.
Exu é sim um guardião. Na verdade, os Exus são os Guardiões da Umbanda e trabalham para garantir que a Lei Maior seja cumprida.
É o mensageiro dos Orixás, o primeiro a ser servido em uma gira de Umbanda, o que protege a casa e os filhos de todo ataque do mal.
Exu é do mal?
Nenhuma entidade da Umbanda faz o mal. Quem faz o mal são os quiumbas, espíritos que ainda não encontraram a Luz.
Exu é um espírito de Luz que trabalha para a Lei Maior e não poderia de maneira alguma fazer o mal.
Pactos com Exus não existem, pois quando você pactua com algum espírito na Umbanda para ter vantagem em alguma coisa, tenha claro que você está pactuando com um quiumba e não com um espírito de Luz. Por isso bastante cuidado com amarrações e coisas do tipo.
Na verdade, como disse um dia um Exu muito querido, “quem faz o mal são os homens e não os Exus.”
Para se diferenciar o Exu de um quiumba, é preciso estar atento à postura moral da entidade que se comunica com você, pois o Exu nunca vai concordar com um pedido que seja contra a Lei Maior, a Lei Divina.
É o mensageiro dos orixás, é guardião e cumpridor da lei divina.
Fazendo uma analogia aproximada, seria como um policial da terra. Ele guarda. protege e executa a lei quando é necessário.
Características dos Exus
Em trabalhos de Umbanda, eles são entidades que incorporamos, mas não o Exu chefe de falange ou orixá. Incorporamos espíritos que trabalham para aquele Exu.
Nosso corpo não teria condições de suportar a energia e força de um Exu Orixá, e é por isso que o que se incorpora são os espíritos que trabalham para aquela linha.
A incorporação acontece de forma rápida, com urros, gargalhadas ou gritos quando são Exus, e gargalhadas quando são Pomba-Giras.
Esta manifestação tem um significado. As gargalhadas, gritos ou urros são para limpar o ambiente, eliminar as energias negativas e avisar aos obsessores que eles serão levados embora naquela noite.
Eles bebem e fumam. Alguns tomam whisky, outros conhaque, outros pinga, e fumam charutos, mas se não tiver bebida e charuto eles trabalham do mesmo jeito. Isso porque, na verdade, nem eles nem nenhuma entidade da Umbanda precisa disto para trabalhar.
O fumo tem sua importância e facilitação no momento de limpar o campo energético do consulente, e a bebida ajuda o médium. No entanto, se nenhuma das duas coisas estiver disponível, o trabalho vai acontecer do mesmo jeito.
Trabalhos de Exus
Exu trabalha para tudo, não tem o que ele não possa fazer: desfazer trabalhos, abrir caminhos, ajudar com emprego, saúde, amor (e de novo, não estou falando aqui de amarração amorosa, isto com Exu não existe); enfim, Exu pode atuar em qualquer lugar.
Teremos alguns que preferem uma certa tarefa, ou se especializaram em um tipo de trabalho, mas isto não quer dizer que ele não possa fazer qualquer coisa.
Todo Exu é comandado por Pai Ogum, porém, assim como acontece na linha dos Pretos Velhos, cada Exu tem um orixá a quem responde também.
Teremos então Exus de Oxóssi, de Iansã, de Mãe Iemanjá, de Oxum, de Xangô e assim por diante. Nesse sentido, uma das coisas que muda é o campo de força.
Teremos os que são de cemitério e seu campo de força está no cemitério. Outros que atuam em encruzilhadas e nelas estará seu campo de força. Em sua maioria, servem a Pai Obaluaiê. .
Um Exu de Ogum terá as estradas e encruzilhadas como seu campo de força.
Um de Iemanjá, terá a praia como campo de força.
Um de Xangô terá as pedreiras como campo de força.
Esta informação para nós serve apenas para saber onde despachar o que foi pedido, apesar de que quando o Exu pedir alguma coisa, ele logo dirá onde deverá ser despachado.
Datas e Cores dos Exus
- Segunda-feira é o dia da semana para se acender vela para Exu. Gostaria apenas de dizer que podemos acender velas para qualquer entidade ou orixá em qualquer dia, a ideia aqui é apenas saber qual a regência do dia.
- 13 de junho é a data comemorativa, porém temos festas para eles em fevereiro e agosto, isto vai depender da casa e de suas regras.
- Cores: preto e vermelho no geral, porém teremos preto e azul, apenas preto e preto com branco. Isso vai depender muito do Exu do qual estamos falando. Suas guias ou colares também vão variar de entidade a entidade.
- Contudo, no geral, para velas, as cores serão o preto e o vermelho. Às vezes pode pedir uma vela metade preta e metade vermelha, ou metade preta e metade azul.
Se existe uma coisa que não podemos fazer na Umbanda, é generalizar. Cada Exu tem sua preferência de cor, de bebida, de fumo e faz seu trabalho da sua forma.
Aliás, esta é uma regra para todas as entidades que trabalham na Umbanda, nenhuma é igual a outra, mesmo que usem o mesmo nome.
O Exu Caveira de um médium pode beber whisky, enquanto o de outro médium vai beber conhaque, e isto não quer dizer que um deles está mentindo, é apenas a forma de trabalhar e suas preferências.
Saudação para os Exus
Laroyê Exu , que quer dizer “olhe por mim Exu”, ou ainda Exu é Mojubá, o que quer dizer “Exu eu te saúdo”!
Hierarquia dos Exus
A hierarquia deles é dividida em 3 planos e em 7 graus e a divisão é feita “de cima para baixo”
Terceiro plano
Contém o 7º, 6º e 5º graus.
São os Exus Coroados, que têm grande evolução. São chefes das falanges. Apenas alguns médiuns têm a honra e o privilégio de ter um Coroado como o seu guardião pessoal.
São os guardiões chefes e não precisam mais reencarnar, já se livraram dos seus karmas.
7º Grau – Exus Chefes de Legião. Para cada Linha da Umbanda, temos um Exu do 7º Grau.
6º Grau – Exus Chefes de Falange. São 7 Chefes de Falange subordinados a cada Chefe de Legião.
5º Grau – Exus Chefes de Sub Falange. São 7 Chefes de Sub-Falange subordinados a cada Chefe de Falange.
Segundo plano
Contém o 4º Grau.
São os Exus Batizados, que respondem aos Coroados. São os mais comuns nos terreiros. Fazem parte da segurança de um terreiro. A atuação deles está nas sombras (entre a Luz e as Trevas). Ainda precisam de reencarnações, porém sabem bem o que é certo e o que é errado.
- 4º Grau – São os Exus Chefes de Agrupamento e são 7 Chefes de Agrupamento e estão subordinados a cada Chefe de Sub-Falange.
Primeiro plano
Contém o 3º, 2º e 1º Graus.
Temos dois tipos neste plano :
- Exus Espadados – São subordinados dos Exus Batizados. O campo de atuação deles é entre as sombras e as regiões trevosas.
- Exus Pagãos (quiumbas) – São subordinados aos Exus de nível acima. São conhecidos, também, como “rabos-de-encruza”. Aceitam qualquer tipo de tarefa, desde que se pague bem, e por isso não são confiáveis.
São comandados por Exus de hierarquias superiores. Quando fazem algo errado, são castigados pelos seus chefes.
O campo de atuação dos Exus Pagãos são as regiões trevosas. Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas. São muito usados pelos dos níveis acima, devido a esta facilidade de penetração nas trevas.
- 3º Grau – Estão os Exus Chefes de Coluna. São 7 chefes de Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Agrupamento.
- 2º Grau – Estão os Exus Chefes de Sub-Coluna. São 7 Chefes de Sub Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Coluna.
- 1º Grau – Estão aqui os Exus Integrantes de Sub-Colunas. São milhares de espíritos nesta função.
Estes níveis são criados de acordo com cada grau evolutivo. A divisão está sempre formada “de cima para baixo”.
Conclusão
Muito ainda se tem para falar sobre esta entidade tão mal compreendida na Umbanda e que foi classificado como o Demônio, o Diabo, no sincretismo com a Igreja Católica, continuando a sê-lo para muita gente.
Ele no entanto, não é uma personificação do mal. Não é o rei das trevas. É um espírito de Luz, que só trabalha para o bem e nunca para o mal. Trabalha para a Lei Maior, é o mensageiro dos orixás, é aquele que abre e fecha caminhos quando lhe é ordenado.
Responde a Deus, o nosso Pai Olorum na Umbanda, como todos os outros Orixás ou entidades de trabalho.
É guardião das casas de Umbanda, onde os trabalhos estão acontecendo, e não permite que nenhuma energia negativa atrapalhe os trabalhos. Protege os filhos da casa e a casa, guarda sempre!
É o Guardião da Lei – é cumpridor da Lei Divina
Laroyê Exu!
Abraços e até o próximo artigo!
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