Conheça a energia e a pureza dos Erês
Os Erês são guias na Umbanda que deixam transparecer características de leveza, travessura, manha, dengo, pureza e alegria. Eles são os responsáveis por intermediar o contato das pessoas com os Orixás. Ou seja, não são crianças.
Eles são seres encantados que nunca passaram pela experiência de existir como ser humano. Eles são o ponto entre a nossa consciência humana e o inconsciente do Orixá.
Os domingos e segundas são os seus dias da semana atribuídos. As cores que representam eles são as mais claras como o rosa, o azul e o verde bebê.
Erês na Umbanda
Erê é uma palavra originária do yorubá e significa diversão e brincadeiras. Quando eles são incorporados no terreiro há muita festa e alegria, muitos risos e uma energia contagiante.
É comum que passem a gira abraçados com brinquedos – como bonecas, carrinhos, barcos – ou usando espelhinhos, chupando chupetas ou, até mesmo, os dedos.
Por conta destes comportamentos eles são frequentemente associados as crianças. Apaixonados por doces (como balas e pirulitos) e brinquedos, esses espíritos são da linha de Oxumaré na Umbanda.
São muito ligados aos pretos e pretas velhas, sempre pedindo a benção e referindo-se a eles como vô e vó.
Alguns nomes de Erês na Umbanda: Erê Zezinho, Joãozinho, Pedrinho, Mariazinha e Aninha.
Os Erês do Candomblé
Esses são seres mais contidos. São os mensageiros do Orixá de cabeça de quem os invoca no Candomblé. A função principal deles é transmitir as informações dos Orixás para seus filhos. Eles também auxiliam na limpeza da casa. A energia do terreiro é associada as vibrações deles. Abaixo segue a forma como eles são conhecidos na religião de acordo com cada Orixá:
- Exú = Foguinho e Pinga Fogo;
- Oxóssi = Andorinha e Flexinha;
- Oxalá = Pombinha Branca e Caramujinho;
- Oxum = Amorzinho e Espelhinho;
- Yansã = Ventania e Tachinho;
- Oxumaré = Chuvinha e Arco-Íris;
- Yemanjá = Conchinha e Maré;
- Nanã = Laminha e Lodinho;
- Xangô = Gamelinha e Trovoada;
- Ogum = Guerreirinho e Espadinha;
- Omulú = Pipoca e Palhinha.
Erês e a relação com Cosme e Damião
A Umbanda é uma religião brasileira que também sofreu influência da tradição católica em seus ritos. São Cosme e Damião, santos tradicionais da Igreja Católica, também são cultuados por meio de um belíssimo sincretismo religioso.
A festa dos Erês na Umbanda também é conhecida como Festa de São Cosme e Damião. Ela é comemorada em 27 de setembro – dia de Ibaji e também de São Cosme e Damião.
Nela também há uma comemoração onde os doces e as crianças estão em destaque. Essa representação vem do costume – de ambas as religiões – de praticar a caridade e dar doces às crianças necessitadas como uma forma fraternal de carinho e atenção.
Oferendas aos Erês
Como já informamos em outros textos, as oferendas precisam ser orientadas por um responsável do Candomblé ou da Umbanda. Alguém que pratique há anos a religião. São comuns nas oferendas doces, brinquedos e comidas africanas como o mugunzá e o carurú.
Capriche nas balas, pirulitos, jujubas, bombons, cocadas, pipocas, enfim toda sorte de guloseimas que as crianças adoram. Também convém colocar um pouco de mel e despachar a oferenda em um jardim florido.
Saudação aos Erês
Oni Beijada!
ou
Beji, Beijada!
que significa: Ele é dois!
Essas saudações são usadas aos Erês ou Ibeijis
Pontos cantados dos Erês
- Ponto 1
“Papai me manda um balão
Com todas as crianças
Que tem lá no céu
Tem doce Papai,
Tem doce Papai,
Tem doce lá no meu jardim!”
- Ponto 2
“Yemanjá, cadê Ogum,
foi com Oxóssi ao rio de Jordão,
foram saldar, São João Batista,
e batizar Cosme e Damião.
Yemanjá, cadê Ogum,
foi com Oxóssi ao rio de Jordão,
foram saldar, São João Batista,
e batizar Cosme e Damião.”
Os Ibejis
É importante não confundir Erê com Ibeji. Este é o único Orixá duplo. Formado por duas entidades distintas, representando a dualidade, a contradição e a coexistência de opostos.
Ele é associado a tudo o que se inicia na natureza: como as nascentes dos rios, o nascimento de um ser vivo e o germinar das sementes transformando-se em plantas.
O Ibeji está presente nos rituais do Candomblé e necessita de atenção. Pois, assim como Exú, pode atrapalhar os trabalhos desconcentrando os membros da Casa com suas brincadeiras.
Este Orixá rege a alegria, a inocência, a ingenuidade, a pureza, a felicidade. Sua missão é proteger e guiar as crianças até que estas atinjam a adolescência.